sábado, 19 de novembro de 2011

Início à criação de Periquitos - O básico
 O primeiro requisito é um local onde os periquitos possam criar. Podeser um telheiro, uma garagem, uma cave, uma divisão inutilizada ou mesmo um aviário especialmente construído para o efeito. Será uma boa ideia começar num local onde exista muito espaço, ou pelo menos algum espaço que possibilite alguma expansão, o que será inevitável pois, assim que os periquitos começarem a criar o espaço começará a escassear, a não ser que seja psicologicamente muito forte! Lembre-se de que irá necessitar de gaiolas de stock e voadeiras nas quais possa manter as aves quando elas não estão a criar, e os mais novos enquanto decide com quais vai ficar.

Seria também uma boa ideia disponibilizar para as aves uma luz nocturna. As aves tendem para entrar em pânico quando são deixadas no escuro e existe um barulho ou algum flash de luz que elas não conhecem. Quando as luzes principais se apagam, deve deixar-se uma luz de baixa voltagem acesa que proporcione luz suficiente às aves sem as manter acordadas. Isto também ajuda a evitar a possibilidade de uma fêmea deixar o ninho durante a noite e depois não conseguir encontrar a entrada para o seu ninho, deixando os ovos arrefecer ou as crias morrer de frio.

Tem também de decidir se vai criar por prazer, por novas cores ou para exposições. Isto irá influenciar bastante o tipo de aves a comprar e o preço a pagar.

A maioria das pessoas começa pelo gosto das variedades de cores que pode encontrar nos periquitos. Neste caso pode adquirir as suas aves em qualquer lugar onde as possa encontrar à venda mas certifique-se de que são saudáveis. Se pretende entrar em exposições e tem uma natureza competitiva, então compre os melhores periquitos que puder a criadores com alguma reputação.

Uma sugestão para quem quer comprar pássaros de qualidade para exposições é, levar a nossa melhor ave numa gaiola e perguntar ao criador se a podemos comparar com aquela que queremos comprar. O mais provável é o criador não querer que a nossa ave entre no seu aviário, devido ao risco de infecções, mas provavelmente não se oporá a que compare as duas aves fora do aviário. É muito fácil deixar-se levar num aviário de outra pessoa e, quando chegamos a casa, descobrimos que já temos aves melhores que aquela que acabamos de comprar. Se procurar por um parceiro(a) para uma ave em particular, então leve-a consigo, de forma a poder verificar se a sua escolha se adequa para essa ave em particular.

Seja qual for o motivo pelo qual pretende começar a criar periquitos, três casais serão um bom começo. Dar-lhe-ão alguma experiência de criação sem que tenha de ter muito trabalho. Terá tempo para conhecer as suas aves, o seu comportamento e as suas necessidades.

Certifique-se de que as aves estão em condições para criar antes de as encasalar. Isto significa que elas deverão ser activas, as fêmeas deverão cantar e roer tudo o que vêem e os machos deverão chamar-se e alimentar-se uns aos outros. Normalmente, a cera dos machos torna-se num azul mais brilhante enquanto que a das fêmeas fica ligeiramente mais castanha. Isto nem sempre se verifica pois, em algumas fêmeas a cera parece nunca variar mas mesmo assim criam bem.

Será também uma boa ideia separar os machos das fêmeas algumas semanas antes do momento em que deseja que comecem a criar. Durante este tempo deve preparar as gaiolas nas quais os casais irão criar. As gaiolas completamente em metal são mais fáceis de limpar e ajudam a evitar os parasitas, não lhes dando nenhum local para se alojarem. Outra vantagem é que a fertilidade aumenta uma vez que os periquitos são aves de bando e que criam melhor em comunidade, assim, sendo as gaiolas todas em metal, as aves podem ver-se e têm uma ideia de colónia. Outra possibilidade é a criação em colónia. Se esta for a sua decisão, deverá então colocar no aviário pelo menos dois ninhos por cada fêmea de forma a evitar as lutas quando elas decidem todas querer o mesmo ninho!

Se preferir também pode utilizar material de madeira ou de plástico, de forma a facilitar a limpeza, com frentes de metal. Irá necessitar também de ninhos ou no chão da gaiola ou suspenso no exterior da mesma. Normalmente os ninhos suspensos são colocados numa das portas da gaiola. Pode também utilizar uma pequena camada de serradura no fundo do ninho (mas atenção, utilizar apenas serradura de pinho pois outras podem ser tóxicas, nomeadamente de madeiras exóticas) que ajuda a absorver as fezes das aves contribuindo para uma maior higiene e previne também que os ovos rolem no fundo do ninho sempre que a fêmea entra e sai.


De forma a prevenir infecções de parasitas, uma vez nascidas as crias deve limpar os ninhos regularmente (uma vez por semana por exemplo) e pulverizá-los com um insecticida próprio para aves (durante esta operação deve retirar as crias do ninho).


Se pretender assegurar que todos os ovos serão fertilizados poderá ser uma boa ideia aparar as penas (ou mesmo arrancá-las) quer do macho quer da fêmea na zona do ventre antes de os juntar na gaiola de criação e poderá fazê-lo também entre cada postura. No caso de estar a contar com alguma destas aves para alguma das primeiras exposições da época, deverá considerar bem este facto pelo que as pelas levarão bastante tempo a crescer novamente. Após formar o casal poderá esperar 21 dias para ver se produzem ovos. Se neste espaço de tempo não puserem nenhum ovo poderá separar o casal e tentar parceiros diferentes ou colocar os dois nas gaiolas de vôo durante algumas semanas antes de voltar a tentar juntá-los novamente. Na maior parte dos casos as fêmeas começam a pôr após 10-12 dias. A fêmea põe um ovo de dois em dois dias até finalizar a postura, que pode variar entre 3 e 9 ovos. Os ovos levam 18 dias a eclodir e, se todos foram fertilizados, as crias eclodirão de 2 em 2 dias. É possível também em alguns casos que o primeiro ovo demore mais que 18 dias a eclodir.


As aves irão necessitar de nutrientes extra durante o período em que alimentam as crias pelo que, deverá colocar à disposição das aves papa de criação além de também poder adicionar um tónico vitamínico na água da bebida.
                                     

A escolha de um periquito jovem

Na maior parte dos casos é preferível adquirir um exemplar jovem. Além de ser mais barato do que um adulto, aprende com mais facilidade; os periquitos que saíram recentemente do ninho costumam pousar sem muita hesitação num dedo colocado em paralelo com o poleiro, desde que não tenham sido sujeitos a stress.
Além da distinção básica em termos de pigmentação da cera que cobre a parte superior do bico, existem outras características importantes para se determinar a idade relativa de um periquito. Comece por observar os olhos da ave, os quais devem apresentar-se firmes e escuros num exemplar jovem, sem vestígios da íris branca que aparece à volta dos olhos dos exemplares adultos. A íris só se torna visível quando a ave se aproxima das 12 semanas de idade.
As marcas situadas na cabeça de um periquito jovem são igualmente distintas, sobretudo nas espécies designadas por «variedades normais». O padrão formado pelas estrias onduladas e mais escuras da plumagem, as quais se prolongam até à cera que cobre a parte superior do bico, e o padrão de barras situado na fronte fizeram com que a designação de «cabeça estriada» fosse aplicada aos periquitos jovens. Este padrão desaparece após a primeira mudança de penas e é substituído por uma plumagem sem manchas.
Também deve ser possível observar as manchas que formam a já referida «máscara» na cabeça. Nos exemplares jovens, estas manchas são relativamente pequenas e mais alongadas do que nos adultos, tornando-se muito mais notórias nas aves mais velhas. Mas em algumas das espécies de cores claras, nomeadamente no Iutino e nos multicor recessivos, esta característica pode não ser visível devido à ausência total ou parcial da melanina, a substância que dá origem à pigmentação escura.
Embora a existência de pernas com um aspecto fortemente escamado revele que estamos em presença de um periquito de idade avançada, é praticamente impossível determinar com precisão a idade de uma ave adulta; nestes casos, só nos resta confiar na honestidade do vendedor. Mas, se comprar o periquito a um avicultor, é provável que os pássaros possuam anilha de identificação. As anilhas fechadas, que só podem ser colocadas nos animais de tenra idade que ainda não saíram do ninho, são um indicador seguro da idade do periquito. Na anilha encontra-se inscrito o ano de nascimento da ave, podendo apresentar igualmente um número de ordem, as iniciais do criador e os dados do clube. As anilhas abertas são utilizadas sobretudo para efeitos de identificação.                                                                                
                                Variedades/Mutações de periquitos ondulados   

Desde que os Periquitos Ondulados começaram a ser criados em cativeiro, surgiram e conseguiram-se fixar bastantes variedades destas aves que, se combinadas entre si, dão origem a um vastíssimo leque de cores e formas diferentes. Neste artigo são focadas as variedades existentes de uma forma muito resumida.
                                                                                                                                                       Diferenças quanto à forma 

Existem algumas variedades que se distinguem pelo desenho da ave que é visível no dorso do Periquito. Essas variedades são o Normal, que é o desenho do Periquito Ondulado original que se caracteriza pelas riscas onduladas pretas e amarelas ou pretas e brancas no dorso. Outra variedade muito popular é o Opalino que se caracteriza pela diminuição da melanina e consequente diminuição da intensidade das riscas e pela substituição da cor amarela ou branca no dorso pela cor do verde ou azul da ave. Essa diminuição é mais notória na nuca. Nas asas as rémiges e cauda têm uma risca amarela ou branca. Existe uma outra variedade mais recente que se chama em inglês Saddleback que é semelhante ao Opalino mas mantendo o amarelo ou branco nas costas e sem a risca clara nas rémiges e cauda que caracterizam o Opalino. Existe também uma mutação recente que traz um desenho novo aos Periquitos que se chama Spangle, Pergolado ou Cintilante. Esta variedade caracteriza-se por uma diminuição ainda mais acentuada da melanina, tornando a ave bastante mais clara no dorso. Nesta variedade, comparando-a com a variedade Normal, nas penas com a cor preta, o preto é substituído por um contorno a preto, ficando o resto da pena amarela ou branca. Essa característica é bem visível na 4ª ave se a compararmos com a 1ª das figuras que se apresentam mais em baixo. Os próprios spots na máscara no Spangle em vez de serem pretos são amarelos ou brancos com uma orla preta. 

A variedade Opalino tem transmissão ligada ao sexo, a Saddleback é recessiva e a Spangle é dominante. 

Com a excepção da variedade Normal que é a ausência de variedade, todas as outras se podem combinar entre si, sendo as aves com as variedades Spangle e Opalino em simultâneo, relativamente fáceis de encontrar. 


Nestas figuras podemos ver as diferenças quanto ao desenho das marcas nas variedades Normal, Opalino, Saddleback e Spange, da esquerda para a direita. 

Diferenças quanto às cores 

Outras variedades têm a ver com a cor e o seu escurecimento. A cor do Periquito original é verde claro. Quando um Periquito é verde tem o corpo verde a fronte e mascara amarelas e as riscas são pretas e amarelas. Existe uma mutação que apareceu mais tarde que é o Azul. O Azul é uma ave semelhante ao Verde sem o pigmento amarelo, ficando Azul no corpo, branco na fronte e máscara e as riscas em preto e branco. Todos os Periquitos ou pertencem ao grupo verde ou pertencem ao grupo azul. A mutação Azul é recessiva em relação à Verde. 

Dentro das cores surgiu uma outra mutação que tem a ver com o escurecimento da cor. Essa variedade é dominante e com factor simples dá origem ao Verde Escuro e Azul Cobalto e com factor duplo dá origem ao Verde Azeitona e ao Azul Malva, isto se considerarmos uma ave verde ou azul, respectivamente. 

Existem outras variedades ligadas à cor como o Cinzento, que se caracteriza pelo cinzento do corpo e pelo escurecimento das riscas no dorso. O factor Cinzento pode existir nos pássaros e azuis e nos verdes, dando origem aos Cinzentos se a ave pertencer ao grupo azul e Verdes Cinzentos, se pertencer ao grupo verde. O cinzento pode ter várias intensidades consoante a ave tenha ou não factor escuro ou ainda se for de factor escuro duplo. Por exemplo a intensidade do cinzento vai aumentando gradualmente se aliada a um pássaro azul celeste, azul cobalto ou azul malva. 

A variedade Violeta só é mais notada se aliada ao Azul Cobalto, ficando o corpo com uma linda cor violeta. Nas outras cores é difícil distingui-la, ficando o violeta das manchas da face mais vivo. 

O Cinzento e o Violeta são variedades dominantes, não se distinguindo os de factor simples dos de factor duplo. 


Nestas figuras podemos ver um Periquito Azul Celeste, um Azul Cobalto e um Azul Malva. Seguidamente um Periquito Violeta, um Verde Claro e um Verde Escuro Cinzento, todos na variedade Normal. 

Diminuição da intensidade das marcas 

Existem variedades que se caracterizam pela diminuição da intensidade das marcas e das cores. À medida que intensidade é muito baixa a cor verde tem tendência a desaparecer ficando apenas o amarelo. Do mesmo modo a cor azul tende para o branco. 

A variedade mais comum neste grupo é o Canela. Esta variedade caracteriza-se pela diminuição da intensidade das marcas do dorso e da cor em cerca de 50%, ficando as marcas canela em vez de preto e o verde ou o azul bastante mais claros. O factor Canela é ligado ao sexo. 

Uma variedade semelhante à Canela é a Fallow. A grande distinção tem a ver com a cor dos olhos, já que são vermelhos. Existem dois tipos de Fallow, o Inglês e o Alemão e a única diferença entre eles á a íris nos olhos. No primeiro caso apresenta a íris rosa e o segundo possui a íris branca. É uma variedade recessiva. 

Outra variedade que se caracteriza pela diluição das marcas, são os Diluídos ou Amarelos e Brancos. A diluição das cores é ainda maior do que nos Canela ficando o verde muito claro, quase amarelo e o azul quase branco. As marcas são bastante diluídas embora se notem bastante bem. É, também, uma variedade recessiva. 

Os Asas Claras apresentam uma diluição nas asas e costas muito superior à registada no resto do corpo. Tem as asas, cauda e dorso semelhantes aos Diluídos mas no resto do corpo a diluição não deve ultrapassar os 10%, ficando o corpo escuro e as asas e dorso claros. É, também, uma variedade recessiva. 

Os Asas Cinzentas são semelhantes têm a cor semelhante aos Asas Claras mas as asas e dorso são cinzentas. São, também, recessivos. 

Os Corpos Claros são ao contrário dos Asas Claras, tendo intensidade das marcas do dorso, asas e cauda semelhantes aos Normais mas a cor do corpo muito mais clara. Existem duas variedades de Corpos Claros, Texas e Easley, sendo a primeira ligada ao sexo e a segunda dominante. Os Corpos Claros do Texas são dominantes em relação ao factor Ino. Nestes a intensidade das marcas das asas vai diminuindo desde os ombros até às rémiges, enquanto que na outra variedade a intensidade é semelhante. 

O factor Ino caracteriza-se por aves Amarelas ou Brancas com olhos vermelhos. É a diluição levada ao máximo mas considero diluição porque perto da ave consegue-se ver o desenho das riscas, podendo-se saber se é Normal, Opalino ou Splangle. O factor Cinzento também se faz notar na intensidade e brilho da cor do corpo, bem como o factor escuro. Os amarelos chamam-se Lutinos e os brancos Albinos e a sua transmissão está ligada ao sexo. 

O Lacewing é semelhante ao Ino mas com marcas canela nas asas dorso e cauda, resultando do cruzamento de Canela com o factor Ino. Também têm olhos vermelhos e como os factores Ino e Canela são ligados ao sexo, esta variedade transmite-se do mesmo modo. 


Da esquerda para a direita, mostra-se um Periquito Canela Cinzento, um Fallow Alemão Verde Claro, um Diluído Amarelo, um Asas Claras Azul Celeste, um Corpos Claros do Texas Cinzento, um Lutino e por fim um Lacewing Verde. 

Aumento na intensidade das marcas 

Existem outras variedades que se caracterizam pelo aumento da melanina, aumentando a intensidade das marcas e das cores. São variedades não muito vistas. 

O Slate é uma dessa variedades, fazendo com que as penas pretas do dorso sejam mais carregadas. A cor do corpo também é mais escura ficando com um tom próximo do cinzento. É uma variedade ligada ao sexo. 

O Antracite é uma variedade muito recente e é a mais escura de todas as variedades, aproximando-se as cores mais do preto. É uma variedade dominante. 


Da esquerda para a direita, surge um Periquito Slate Azul e outro Antracite também Azul. 

A ausência de marcas 

Existem outras variedades que se caracterizam pela total ausência de quaisquer marcas em parte ou na totalidade das suas penas. 

Os malhados são um exemplo disso. Nas partes do corpo sem marcas a cor fica amarela ou branca sem qualquer tipo de marca, mesmo aquelas que podemos observar nos Lutinos e Albinos. Em qualquer destas variedades é impossível encontrar duas aves iguais porque existem sempre um factor aleatório relativamente ao local onde a ausência de marcas surge. Existem quatro tipos de malhados, sendo um recessivo e os outros dominantes. Os Malhados Recessivos ou Dinamarquês têm a cera mais clara, ao contrário dos outros e normalmente as partes claras surgem nas asas aleatoriamente e sobretudo no peito e nuca. Os Malhados Australianos devem ter uma mancha na nuca, uma risca horizontal sobre o peito, a cauda deve ser clara. Nas asas só os ombros têm marcas. Nos Malhados Holandeses uma mancha na nuca, a cauda e rémiges claras e uma pequena mancha clara no papo. A última variedade malhada é os Rémiges Claras e possuem apenas uma mancha clara na nuca, as rémiges e a cauda claras, tendo, no resto do corpo, as marcas normais. 

Existe um tipo de malhado, o Mottle, que nasce sem ausência de malhas mas que ao longo das mudas de pena que vai efectuando, vão-lhe aparecendo zonas com ausência de marcas até as perder todas completamente. 

Se se juntar num Periquito os factores Arlequim Australiano e o Rémiges Claras, obtém-se uma ave totalmente amarela ou branca sem qualquer tipo de marcas, com a cera igual aos Malhados Dinamarqueses e com olhos e íris pretos. 

Existe outra variedade que dá origem a uma ave totalmente amarela ou branca com os olhos pretos, íris branca e com uma cera normal. Desta variedade já se falou anteriormente e é nada mais que o Splangle de duplo factor. Apesar de nesta variedade as aves com factor simples terem marcas, as de duplo factor não possuírem quaisquer tipos de marcas. Por vezes estas aves apresentam manchas claras verdes ou azuis no corpo. 


Da esquerda para a direita, surge um Periquito Malhado Dinamarquês Azul Cobalto, um Malhado Australiano Azul Celeste, um Malhado Holandês Verde escuro, um Rémiges Claras Azul Celeste e, por fim, um Spangle Azul de duplo factor. 

O factor Face Amarela 

Existe uma variedade que junta o amarelo ao azul a que se chama Face Amarela. Existem três tipos de Face Amarela, todos eles de carácter dominante. O Face Amarela caracteriza-se pela substituição do branco na fronte e mascara por amarelo claro no tipo I, mais escuro no tipo II e semelhante ao amarelo dos pássaros verdes no tipo III. Nos tipos II e III com Face Amarela de factor simples, o amarelo estende-se por todo o corpo, ficando o azul esverdeado o mesmo verde no caso do tipo III. Um Verde Claro é difícil de distinguir de um Azul Celeste Face Amarela tipo III de factor simples. O Face Amarela de duplo factor não é visível, só sendo visível nos tipos II e III na mascara e fronte, pelo que em exposição só são admitidos Face Amarela tipo I de factor simples e Face Amarela de duplo factor de tipo II e III. O Face Amarela também existe nas aves verdes, tornando o amarelo da fronte e mascara mais intenso. 


Da esquerda para a direita, temos um Periquito Azul Face Amarela tipo I de factor simples e outro Azul Malva Spangle Face Amarela Tipo II de factor simples. 

Alterações na plumagem 

Nestes casos temos os Periquitos de Poupa que podem ter um tufo, uma popa semicircular ou uma poupa circular. O factor poupa é dominante e pode estar aliado a outro factor existente nos Periquitos. 

Existem ainda uma variedade não reconhecida mas muito apreciada no Japão que é conhecida por Frisado Japonês que, para além da alteração na plumagem na cabeça, produz também alteração nas asas junto aos ombros. 


À esquerda surge um Periquito de Poupa Normal Azul Malva, enquanto que à esquerda se apresentam duas crias Frisado Japonês. 


terça-feira, 15 de novembro de 2011



Reprodução Calopsitas
A reprodução das Calopsitas é um dos momentos mais fantásticos que existem, e aqui nesta página vamos falar do comportamento das Calopsitas nesta época e o que é necessário para que o acasalamento ocorra em cativeiro.
Em seu Habitat natural, elas se reproduzem na época das chuvas, quando os alimentos são mais abundantes e o ninho é normalmente feito em buracos já existentes nas árvores, geralmente em eucaliptos próximos a água. Em cativeiro, reproduz o ano todo (principalmente na primavera e verão).
As Calopsitas são aves monogâmicas e estão aptas a reprodução a partir de um ano de idade, apesar de existirem criadores que só recomendem a reprodução após 18 meses de vida.
Um ponto fascinante, é o fato da Calopsita ser uma ótima mãe, nunca rejeita chocar os ovos ou cuidar dos filhotes, nunca transfere ao dono parte das tarefas da maternidade, como acontece com muitos pássaros de cativeiro, muito pelo contrário, são extremamente cuidadosas, ao ponto de ficarem muito agitadas na gaiola caso percebam que tem pouca comida nos potes, pensam que faltará comida aos filhotes e querem sair para procurar, por isso é muito importante que nesta época os potes estejam sempre cheios, pois a ave fica mais tranquila. E o fato da Calopsita adorar ser mãe, faz com que seja extremamente fácil conseguir a reprodução em cativeiro, inclusive em viveiros que existam outras espécies, apesar de que com apenas o casal no ambiente é muito mais simples e portanto, mais recomendado.
Os sinais de que suas Calopsitas estão próximas da reprodução são muito claros: cantam mais, estragam objetos, ficam agressivas, e o macho começa a procurar materiais para confecção do ninho


O ninho



Para que os ovos possam ser chocados corretamente, deve ser colocado um ninho adequado na gaiola ou viveiro, número maior de ninhos do que de fêmeas para evitar possíveis brigas entre as mesmas. O ninho é uma caixa de madeira fechada, o teto deve ser removível para possíveis inspeções. Caso queira construir seu próprio ninho, pode seguir o esquema abaixo ou colocar as medidas que lhe parecerem ideais.

Caso queira comprar um ninho pronto, este é facilmente encontrado em casas de rações. Muitos criadores preferem colocar os ninhos em lugares baixos (cerca de 15 cm do chão) já que a queda de um lugar alto pode ser fatal para um filhote ou o ovo pode ser destruído ao cair. Caso queira colocar o ninho em lugar alto (que é preferido pelas fêmeas para se ter uma boa visão), deve-se construir uma espécie de cercado em volta do ninho para impedir que os filhotes caiam, pois a proteção que há dentro do ninho não é tão eficiente quando os filhotes estiverem maiores. Eu, por exemplo, já perdi muitos filhotes devido a quedas.

OBSERVAÇÃO: Caso um ovo caia do ninho, pode ser colocado novamente se não se quebrar. 
Após analisar e procurar um companheiro, o periquito escolhe o par ideal para formar sua família, esse parceiro será durante toda a vida, sempre mantendo-se fiel um com o outro. O macho fica sempre perto da fêmea e espanta qualquer outro macho que estiver por perto.
Ele a alimenta durante boa parte do dia, e ela sempre aceita as carícias dele. Ao beijar a fêmea, o macho arrepia as penas da garganta e da testa para impressiona-la, dá leves bicadas em seu bico e sobe e desce a cabeça rapidamente num movimento frenético e tenta convencer a fêmea ao acasalamento.
As pupilas dos olhos do macho diminuem, tornando-se um pequeno ponto, isso revela quanto o macho está excitado.
Ele tenta por um dos pés nas costas da fêmea, mas ela sempre recusa as primeiras tentativas. Então o macho tenta se acalmar, voando de um lado para o outro, de um puleiro para outro, em seguida tenta novamente e a fêmea vai cedendo aos poucos até que concorda com o acasalamento.
Depois do primeiro acasalamento com o macho, a fêmea que irá propor os próximos acasalamentos provocando o macho com movimentos excitantes, abaixando-se no puleiro, levantando bem a cauda e a cabeça, então o macho compreende o que a fêmea está querendo e põe seus pés sobre suas costas.

Postura dos ovos

Depois de mais ou menos 2 meses após o acasalamento, a fêmea põe seu primeiro ovo. Nesse período a fêmea tem costumes de fazer suas necessidades no mesmo lugar, não se espante, é normal. As narinas da fêmea fica completamente lisa e marrom. É muito importante que haja um ninho, pois se não houver, a fêmea tem de sofrer muito para liberar o ovo no puleiro, e o mesmo será ignorado e destruído. Geralmente a fêmea põe cerca de 3 a 5, mas pode chegar de 7 a 11, então devemos colocar os ovos restantes, que passarem de 5, a outras fêmeas que estejam chocando ou livrar-se dos ovos, pois se deixar a fêmea com mais de 5 ovos, esses ou todos poderão ser chocados incorretamente. A fêmea põe 1 ovo a cada 2 dias.
OBSERVAÇÃO 1 - Muitos machos tem costume de destruir os ovos no ninho, e para que ele perca este costume deve-se colocar ovos falsos antes da postura para que o macho veja que não é possível destruí-los.
OBSERVAÇÃO 2 - Caso um ovo se quebre no ninho, a fêmea se encarrega de elimina-lo, caso não elimine você mesmo pode retirá-lo para manter o ninho limpo

Incubação

Logo que a fêmea põe seu primeiro ovo, ela já começa a chocá-lo, por isso os filhotes não nascerão no mesmo dia. A fêmea sai raramente do ninho, somente para fazer suas necessidades, ela é alimentada pelo macho, que permanece sempre por perto para vigiar, sempre alerta. Se a fêmea perceber um ruído ou algo estranho ela põe sua cabeça para fora do ninho, por isso é muito importante que o ninho esteja em um lugar seguro. Após uma semana, depois que a fêmea colocou todos os ovos, você deve inspecionar o ninho sempre para ver como a fêmea está, pois nesse período a fêmea fica debilitada. Após 18 dias de incubação, os filhotes começam a nascer.
Quanto os filhotes, o único cuidado que você deve ter é para que não caiam do ninho, conforme dito na categoria "O ninho".